• ‘Imaginar o futuro’: Conferência Regional Anual de Ciências da Vida e Saúde da DHL dedicada às cadeias de fornecimento das ciências da vida e saúde e ao fortalecimento do setor das ciências da vida e da saúde
• África destacada como um mercado com elevado potencial para empresas das ciências da vida e saúde

Estagnado o crescimento em mercados desenvolvidos, as empresas do mercado das ciências da vida e da saúde procuram, cada vez mais, crescer em África.

Quem o diz é Andrew Mitchell, Presidente para a Europa, Médio Oriente e África da DHL, que fez uma intervenção na 5.A Conferência Regional Anual de Ciências da Vida e Saúde da DHL, realizada hoje em Joanesburgo, África do Sul. Afirmou que esta tendência obriga os atores da indústria global a adotar estratégias mais inteligentes para operar com êxito em todo o continente.

De acordo com o relatório África: um continente de oportunidade para pacientes farmacêuticos¹ da McKinsey & Company, o valor da indústria farmacêutica africana deu um salto para os $20,8 mil milhões em 2013, quando uma década antes registava apenas $4,7 mil milhões, e valerá $40 a $65 mil milhões em 2020. Reporta igualmente que, entre 2013 e 2020, está previsto um crescimento da prescrição de medicamentos em África a uma taxa anual composta de 6%, para os genéricos 9%, medicamento sem receita 6% e dispositivos médicos 11%.

Mitchell diz que, em relação ao transporte de medicamentos em África, existem muitos desafios comuns que a indústria tem de enfrentar, como assegurar ambientes com temperatura controlada, em conformidade com os regulamentos das Boas Práticas da Distribuição, a eficiência de custos, os regulamentos e conformidade do comércio e a inovação para a melhoria contínua – todos estes chaves para o sucesso. “Na conferência queríamos falar sobre mudanças que afetam o nosso setor, e discutir como esta indústria pode adotar as melhores estratégias da cadeia de fornecimento para capitalizar o potencial de crescimento de África e conseguir cumprir as normas reguladoras,” afirma Mitchell.

A conferência acolheu representantes de importantes empresas farmacêuticas e do setor da saúde para discutir as últimas tendências, inovações e soluções com impacto na cadeia de fornecimento das Ciências da Vida, com incidência específica em África como região com elevado potencial de crescimento.

Hennie Heymans, Diretor-Geral da DHL Express África Subsaariana, refere que desde há muito a logística era considerada uma função de apoio essencial no setor das ciências da vida, mas que a sua importância está a crescer rapidamente em África devido à crescente relevância dos produtos farmacêuticos em mercados emergentes.

Afirma que existem várias tendências que estão a moldar o setor, sendo uma delas a urbanização. “A DHL prevê que as farmacêuticas e os fabricantes de dispositivos médicos venham a expandir as suas capacidades para as principais cidades africanas, eventualmente para cidades emergentes e mesmo áreas rurais, e com isto haverá diversas abordagens à distribuição e à logística.”

Heymans acrescenta que o e-commerce está igualmente a transformar de modo substancial as cadeias de fornecimento para os mercados empresa-consumidor (B2C)/sem prescrição (OTC) das ciências da vida, como os cosméticos, vitaminas, lentes de contacto e nutrição, assim como mercados empresa-empresa (B2B), como materiais de diagnóstico e de laboratório. 

“Acredita-se que os fabricantes do setor das ciências da vida criarão mais canais de distribuição direta para o consumidor final, e desenvolverão as suas próprias operações de e-commerce ou distribuirão os seus produtos através de plataformas de terceiros.”

Heymans afirma que as alterações no mercado e nas cadeias de fornecimento descentralizadas conduzirão a novas rotas de transporte. “Em determinadas zonas de África, os mecanismos da cadeia de fornecimento e distribuição colocarão desafios, que vão das infraestruturas inadequadas ou subdesenvolvidas aos regulamentos específicos de um país. Devido às cadeias de fornecimento mais complexas, os responsáveis políticos do mundo inteiro estão a impor regulamentos mais rigorosos ao fabrico e à logística, e os prazos de desalfandegamento e potenciais atrasos reguladores podem influenciar a capacidade de um produto chegar a um laboratório ou cliente.”

Para os fabricantes de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos obterem uma vantagem competitiva em África, têm de ter a capacidade de inovar e adaptarem-se a novas normas reguladoras e aos requisitos de distribuição de produtos, afirma Heymans. “Os fornecedores que pretendam tirar partido do crescimento do continente neste mercado deverão procurar parcerias com fornecedores locais que sejam capazes de implementar e gerir com sucesso cadeias de fornecimento complexas, ao mesmo tempo que navegam os complexos mercados e desafios do continente.” 

¹ McKinsey & Company: relatório África: A continent of opportunity for pharma patients