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Fonte: Deutsche Post DHL |

Comércio intra-africano deverá contribuir mais para o PIB local

O comércio intra-africano pode estimular o investimento e impulsionar o crescimento no continente

Mais de 80% da produção de África é exportada

CAPE TOWN, África do Sul, 26 de may 2016/APO (African Press Organization)/ --

Dado que o crescimento em mercados desenvolvidos (como a Europa, a China e o Norte de África) continua estagnado, é necessária uma maior integração regional entre os principais actores em África, para aproveitar o potencial de crescimento do continente. Quem o diz é Hennie Heymans, CEO da DHL Express Sub-Saharan Africa (http://www.DHL.com), segundo o qual as taxas africanas, ao comparar as estatísticas de comércio intra-regional, se situam entre as mais baixas do mundo, com menos de 20% da produção da região a permanecer no continente.

"Basicamente isto significa que mais de 80% da produção de África é exportada, sobretudo para a União Europeia, China e Estados Unidos. Em comparação, mais de 65% do comércio europeu ocorre dentro do próprio continente, sendo que na América do Norte o número ronda os 50%(1)," afirmou Heymans.  

De acordo com o mais recente relatório Perspectivas da Economia Mundial do FMI, de Abril de 2016, as economias em desenvolvimento e os mercados emergentes continuarão a ser responsáveis por uma grande parte do crescimento económico mundial em 2016, que se prevê se situe nos 3,2%. O relatório também revela que é previsível que o crescimento na África Sub-saariana se mantenha reduzido este ano (3%) face a 3,4% em 2015.

"O abrandamento do crescimento na África Sub-saariana é influenciado por factores como o crescimento lento e moderado em mercados avançados, como a China, assim como a revisão em baixa do crescimento dos países exportadores de petróleo da região."

Heymans afirma que o comércio intra-africano tem um enorme potencial para estimular o investimento e impulsionar o crescimento no continente. "Para garantir que África está preparada para manter e exceder a sua trajectória de crescimento de 4% em 2017,(2) os líderes empresariais, os governos e as comunidades têm de trabalhar em conjunto para tornar África num local mais propício para as transacções comerciais e para estimular o comércio entre os vários países africanos."

 "Os blocos comerciais como a SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), a Comunidade da África Oriental (CAO) e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) promovem o comércio transfronteiriço e centram-se na facilitação do comércio e na redução da burocracia dentro da região. No entanto, é preciso fazer mais para ligar e incentivar a circulação de bens, serviços, pessoas e capitais em África.

De acordo com um comunicado recente do Banco Mundial(3), calcula-se que os custos do comércio intra-africano sejam cerca de 50% superiores aos da Ásia Oriental, devido ao número de licenças necessárias para o transporte transfronteiriço de produtos ou aos encargos a pagar pelos longos períodos de espera na fronteira. Outro problema é a variação dos valores "de minimis" pela região. Por exemplo, em Angola, o valor "de minimis" é de 350 USD (caso a importação seja realizada via Luanda), enquanto no Zimbabué o valor "de minimis" é de 10 USD.  A variação dos valores pode dificultar o planeamento das estratégias de expansão em África das empresas.

Pelo contrário, uma nova lei nos Estados Unidos simplificou a expedição para os EUA ao aumentar o limite "de minimis" de 200 USD para 800 USD, o que significa que os produtos de valor inferior a 800 USD não necessitam de procedimentos alfandegários formais e não terão de pagar direitos ou taxas aduaneiras.  Heymans afirma que, à luz das previsões que apontam para um fraco crescimento mundial, o factor mais determinante para o futuro de África será a sua capacidade de impulsionar a conectividade e o comércio intra-africano.

"Os sectores público e privado têm de continuar a trabalhar em conjunto para criar um ambiente sustentável e inclusivo, e desenvolver soluções que façam com que seja mais fácil para as empresas africanas fazerem negócios no seu contexto local e regional," concluiu Heymans.

Distribuído pelo Grupo APO para Deutsche Post DHL.